Cores fazem parte da comunicação humana de forma tão natural que raramente pensamos em como elas impactam nossa percepção do mundo. No entanto, para pessoas com daltonismo, a forma como enxergamos e organizamos informações pode ser bastante diferente.
“O daltonismo pode ser parcial, com graus diferentes de severidade, e total ou acromático, no qual as pessoas enxergam somente em preto, branco e tons de cinza”, explica a oftalmologista Tatiana Corrêa de Souza, do H.Olhos, o Hospital de Olhos da rede Vision One. Conforme a médica, geralmente, a condição ocular tem origem hereditária e ocorre predominantemente em homens.
Também chamado discromatopsia, o daltonismo é causado por uma alteração nos cones da retina, que são as células responsáveis pela percepção das cores. Ao serem estimulados pela luz, os cones enviam sinais elétricos ao cérebro, que interpreta a informação e permite distinguir as cores. “No entanto, a percepção fica limitada se os cones não funcionarem adequadamente”, complementa Tatiana Corrêa de Souza.
A Dra. Tatiana Corrêa de Souza diz que existem quatro tipos de daltonismo:
O daltonismo pode causar algumas dificuldades no aprendizado escolar, especialmente porque afeta a percepção das cores e, muitas vezes, a capacidade de distinguir entre cores semelhantes. “Essas dificuldades podem variar de acordo com o tipo e grau de daltonismo, e podemos citar a dificuldade em distinguir materiais didáticos como livros, gráficos, mapas, tabelas e outros que utilizam cores para representar informações diferentes, o que pode afetar a compreensão do conteúdo. Além disso, no dia a dia, perceber a informação do sinal de trânsito ou escolher roupas pode ser um grande desafio para o daltônico”, esclarece a oftalmologista.
Para lidar com esses contratempos, pessoas daltônicas desenvolvem estratégias de adaptação como o uso de aplicativos e dispositivos que ajustam a paleta de cores ou identificam as cores, o uso de etiquetas ou outros padrões que não dependem de cores para ajudar na identificação de informações, entre outras medidas. “No geral, com apoio e estratégias adequadas, é possível mitigar muitas das dificuldades do daltonismo no aprendizado e no cotidiano”, afirma Tatiana Corrêa de Souza.
Apesar de não ter cura, alguns recursos e tecnologias podem ajudar pessoas daltônicas a perceber as cores de maneira mais precisa, ou a melhorar a distinção entre elas, tornando a vida cotidiana mais fácil. ”Isso inclui o uso de óculos especiais, aplicativos e adaptações no ambiente. Além disso, a educação e a conscientização podem ser fundamentais para que as pessoas se adaptem melhor a essa condição e minimizem as dificuldades que ela pode causar”, finaliza a médica.
Por Sig Eikmeier
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